11/11/2016 – À UCTRERJ

A/C – Dras. Celina e Marilia – C/C – Dra. Janete Bloise (Dir.Hab.) e Adriana Mejias (Div. Médica).

Em meados de julho / agosto de 2016, os representantes de diversas clínicas da cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana foram convocados à divisão médica do Detran- RJ, para tratar da parceria entre o Detran e as clínicas credenciadas, para que as mesmas passassem a efetuar o atendimento aos candidatos à CNH com direito à gratuidade, conforme estabelecido em lei. Nessa parceria, ficou acordado que as clínicas efetuariam o atendimento dos candidatos com direito à gratuidade, na sede, em regime de rodízio como nos RPT’s e com as despesas com médicos e psicólogos arcadas pelas clínicas. Em 14/07/2016, foi realizada reunião no auditório da Divisão de Formação e Qualificação, localizado no 14° andar da sede do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN/RJ, na qual estavam presentes os representantes das regiões que participavam do RPT Bangu, quando um dos representantes falou sobre a questão financeira das clínicas que ainda teriam suas despesas majoradas com o custo de médicos e psicólogos para essa parceria e questionou sobre a arrecadação que a Uctrerj fazia das participações das clínicas nas  RPT,s Bangu, Baixada e São Gonçalo, ao longo dos seis anos de funcionamento dessas RPT’s, sem que houvesse prestação de contas. Diante da exaltação dos representantes da Uctrerj e das clínicas, a Dra. Luciléia Araújo pediu a palavra e informou que a Dra. Celina Brandão, vice-presidente da Uctrerj, havia lhe confidenciado que estava disposta a lhe ceder a administração do RPT Bangu. Por sua vez, a Dra. Celina Brandão, falando para todos os presentes e para a Dra. Janete Bloise, diretora de habilitação do Detran-RJ e que presidia aquela reunião, confirmou a oferta e se comprometeu em dar início ao processo de transferência da administração do RPT Bangu. Inclusive, a Dra. Luciléia Araújo, foi chamada ao microfone, onde foi aplaudida pelos presentes e recebeu o seguinte elogio da Dra. Janete: “Essa é das minhas. Mulher que demonstra personalidade”.

Posteriormente, no dia 26 de julho de 2016, a Dra. Janete Bloise recebeu em sua sala de reuniões os representantes de clínicas de Bangu, Campo Grande e uma das administradoras da USD America’s para tratar de assuntos sobre escala e administração do RPT Bangu. Nessa reunião, ficou acordado que os presentes naquela reunião seriam convocados no fim de setembro para dar continuidade às questões de escala, após a atualização dos dados estatísticos.

Também ficou acertado que uma comissão formada por representantes de Bangu iria efetuar a solicitação dos documentos, contratos e prestações de conta dos seis anos em que a UCTRERJ arrecadou diariamente com a participação das clínicas no RPT Bangu, para dar prosseguimento ao processo da transferência para a nova administração, que seguiria os moldes da USD America’s, de custo diário muito inferior para as clínicas e eficiência comprovada.

Após algumas queixas dos participantes, quanto a falta de transparência da UCTRERJ nas prestações de conta e a visível precariedade das instalações do RPT Bangu, a Dra. Janete nos informou que os problemas das clínicas com a UCTRERJ eram, únicos e exclusivos de ambas as partes, não cabendo ao Detran-RJ arbitrar sobre as questões de representatividade das clínicas junto ao orgão. Em seguida à essa resposta, a Dra. Janete foi questionada, então, o porquê que a UCTRERJ utilizava a divisão médica para coagir as clínicas a efetuar os pagamentos das participações no RPT Bangu, sob ameaça de punições, inclusive, tendo havido algumas suspensões de clínicas, pela divisão médica, por falta desse pagamento. A resposta da Dra. Janete, em suas próprias palavras, foi que “ninguém pode suspender, trocar ou juntar região ou tomar qualquer atitude nesse sentido que não seja autorizado por mim e que as suspensões que haviam sido feitas foram sem o meu conhecimento, ou seja, pelas minhas costas”. Além desse fato e outros citados, a Dra. Janete, dignamente, chamou a responsabilidade para si, pois, como ela mesma disse, “a chefe sou eu, e fiquei dentro do gabinete com a atenção voltada para a educação do trânsito e esse tipo de coisa parava na divisão médica, sem chegar até mim, o que fazia parecer que tudo estava normal. ”

Além disso, em alto e bom tom, a Dra. Janete afirmou que havia acabado o tempo do clientelismo, dos favorecimentos, das coações, e nos orientou a informa-la por qualquer tratamento ou atendimento inadequado, de quem quer que fosse dentro do Detran-RJ, pois ela tomaria as providências cabíveis e necessárias, pois, afinal de contas, tínhamos uma parceria e essa parceria seria muito boa para todos nós.

Foi necessário citar o exposto acima, pois foi formada a comissão da região de Bangu/Realengo para a transição da administração do RPT Bangu, porém, já foram feitas duas solicitações por escrito à UCTRERJ, com cópias enviadas ao e-mail da diretoria de habilitação, para ciência, dos documentos, contratos com prestadores de serviço e prestações de conta da arrecadação e até o momento não houve movimentação por parte da UCTRERJ no sentido de nos enviar o que foi solicitado. Somente responderam à nossa segunda solicitação dando conta que já haviam levado o assunto à presidência, diretoria de habilitação, divisão médica do Detran-RJ. Também houve essa menção quando uma funcionária da UCTRERJ passou a ligar, cobrando o pagamento das participações no RPT Bangu nos seus últimos meses de funcionamento, insinuando possíveis punições às clínicas, pela divisão médica, por conta do não pagamento (contradizendo tudo que nos foi dito pela Dra. Janete).

Diante do que foi exposto acima, além de novamente estarmos cobrando a documentação, os contratos que foram firmados para a manutenção do RPT Bangu e a prestação de contas, temos a informar que, com base nas informações e garantias de austeridade da Dra. Janete Bloise, suspendemos os pagamentos de agosto, setembro e parte de outubro (fim das atividades do Detran-RJ no RPT Bangu) até que a UCTRERJ preste contas dos seis anos de arrecadação diária, cujo cálculo aproximado, apurado por solicitação dos representantes das regiões de Bangu, Campo Grande, Realengo, percebe um montante estimado em R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) dos RPT’s Bangu, Baixada e São Gonçalo.

Temos a deixar claro, que o não fornecimento da documentação solicitada poderá nos levar a fazer valer o nosso direito de saber onde foi aplicada toda essa quantia paga pelas clínicas, mesmo que para isso, tenhamos que tomar medidas que vão de ação judicial, solicitação de intervenção e auditoria na UCTRERJ através do Ministério Público, com o auxílio da mídia e das redes sociais.

No aguardo de vossas manifestações e providências,

Comissão de Administração da RPT Bangu.